RECICLAGEM

Reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os detritos e reutiliza-los no ciclo de produção de que saíram. E o resultado de uma série de atividades, pela qual materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos.

Reciclagem é um termo originalmente utilizado para indicar o reaproveitamento (ou a reutilização) de um polímero no mesmo processo em que, por alguma razão foi rejeitado.  

Reciclar outro termo usado, é na verdade fazer a reciclagem.

O retorno da matéria-prima ao ciclo de produção é denominado reciclagem, embora o termo já venha sendo utilizado popularmente para designar o conjunto de operações envolvidas. O vocábulo surgiu na década de 1970, quando as preocupações ambientais passaram a ser tratadas com maior rigor, especialmente após o primeiro choque do petróleo, quando reciclar ganhou importância estratégica. As indústrias recicladoras são também chamadas secundárias, por processarem matéria-prima de recuperação. Na maior parte dos processos, o produto reciclado é completamente diferente do produto inicial.  

COLETA SELETIVA

É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, tais como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora. Estes materiais são vendidos às indústrias recicladoras ou aos sucateiros.

As quatro principais modalidades de coleta seletiva são: domiciliar, em postos de entrega voluntária, em postos de troca e por catadores.

A coleta seletiva domiciliar assemelha-se ao procedimento clássico de coleta normal de lixo. Porém, os veículos coletores percorrem as residências em dias e horários específicos que não coincidam com a coleta normal.

A coleta em PEV - Postos de Entrega Voluntária ou em LEV - Locais de Entrega Voluntária utiliza normalmente contêineres ou pequenos depósitos, colocados em pontos fixos, onde o cidadão, espontaneamente, deposita os recicláveis.

A modalidade de coleta seletiva em postos de troca se baseia na troca do material entregue por algum bem ou benefício.

O sucesso da coleta seletiva está diretamente associado aos investimentos feitos para sensibilização e conscientização da população. Normalmente, quanto maior a participação voluntária em programas de coleta seletiva, menor é seu custo de administração. Não se pode esquecer também a existência do mercado para os recicláveis.

PAPEL

O consumo anual (por habitante) de papel no Brasil manteve-se estável em 1998, situando-se em 38,4 quilos, ainda distante dos níveis observados em países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos (336,5 kg por habitante). No entanto, estima-se que 35% do papel produzido no país nos últimos dez anos são originados de matéria-prima reciclada. Nos Estados Unidos, esse número é de 27,6%, caindo para 10,8% no Canadá.

Uma tonelada de papel quando reciclado, substitui o plantio de até 350m² de monocultura de eucalipto. Quando se recicla uma tonelada de papel, estamos economizando 20.000 litros de água e 1.200 litros de óleo combustível.

90% do lixo de escritórios são compostos de papéis recicláveis.

É necessário uma floresta inteira - mais de 500 mil árvores - para se produzir os jornais que os americanos consomem semanalmente. Todos os anos. 310 milhões de caixas de lenço de papel são consumidos na Grã-Bretanha (lenços de papel não são recicláveis). Se cada habitante do planeta utilizasse uma caixa de lenço de papel por mês, não haveria mais árvores no mundo.
 


        Se o desmatamento persistir, até o final do século mais de um milhão de espécies de animais serão extintos, única ocorrência deste tipo nos últimos sessenta e cinco milhões de anos.

        O Brasil produz um milhão de toneladas de embalagens de papelão por ano. Produzir papel a partir do papel "velho" consome cerca de 50% menos energia do que fabricá-lo a partir de árvores; utiliza-se 50 vezes menos água além de reduzir a poluição do ar em 95%.

        Os funcionários de escritório, em média, jogam fora cada ano 500 quilos de material reciclável de primeira qualidade.

        Cada tonelada de papel de escritório reciclada, economiza 700 litros de petróleo.

        Para cada tonelada de pasta celulósica reciclada são poupadas 54 árvores de pinus ou 34 árvores de eucalipto.
 

Como se recicla papel?

Por reciclagem se entende o processo de recolher nas cidades papéis e papelões já usados, e possibilitar sua reutilização, mediante uma operação industrial que separa as fibras vegetais úteis das impurezas dos papéis usados. A importância ambiental deste trabalho é evidente, já que dá uso a materiais descartados, que de outra maneira se converteriam em desperdícios urbanos, lotando depósitos de lixo.

A reciclagem de papel consiste basicamente em três processos principais: (1) a preparação da polpa, (2) a remoção das impurezas, e (3) a aplicação de produtos químicos. Os equipamentos para preparação da polpa e para remoção das impurezas são muito similares na maior parte das fábricas, mas as diferenças estão no desenho do processo e na aplicação de químicos, os que diferem dependendo da classe do novo papel que se quer produzir, do nível de qualidade requerido na apresentação do papel e da tecnologia da fábrica papeleira.

Um pouco de história
Tudo começou quando os chineses inventaram o papel no século II a.C.. O uso do papel foi introduzido na Europa pelos árabes, e a primeira fábrica de papel do ocidente se estabeleceu na Espanha por volta de 1150. Nos séculos seguintes, a técnica se entendeu à maioria dos países europeus.

Conforme a tradição, o primeiro homem a fabricar papel, no ano 105 a.C., foi Cai Lun (ou Tsai-Lun), um eunuco da corte Han oriental do imperador chinês Hedi (ou Ho Ti). O material empregado foi provavelmente casca de amoreira, e o papel foi fabricado com um molde de tiras de bambu. O papel mais antigo conservado foi fabricado com trapos por volta do ano 150 a.C..

Estados Unidos e Canadá são os maiores produtores mundiais de papel, polpa e produtos de papelaria. Finlândia, Japão, a antiga União Soviética e Suécia também produzem quantidades significativas de polpa de madeira e papel de imprensa.

PLÁSTICO

O consumo anual de plásticos no Brasil gira em torno de 19 quilos. O volume é relativamente baixo se comparado aos índices de outros países, como Estados Unidos (100 kg/hab) e a média na Europa (80 kg/hab.). No campo da reciclagem, 15% dos plásticos rígidos e filme retornam à produção brasileira como matéria-prima, o que equivale a 200 mil t/ano. Nos Estados Unidos, este número é quase cinco vezes maior.

Cada brasileiro desperdiça em média cerca de 40 litros de embalagens plásticas por ano.


VIDROS

A indústria brasileira produz 800 mil t/ano de vidros para embalagens, das quais 35% são recicladas, somando 280 mil toneladas por ano. Os Estados Unidos produziram 11 milhões de toneladas em 1997, das quais reciclaram 37%, correspondendo a 4,4 milhões de toneladas. Índices de reciclagem de vidro em outros países: Alemanha (74,8%), Reino Unido (27,5%), Suíça (83,9%) e Áustria (75,5%).

Uma garrafa de vidro que é jogada hoje no meio ambiente, ainda estará na superfície da terra no ano 3000. 35% do papel produzido no Brasil nos últimos 10 anos são originados de matéria-prima reciclada.


Latas de alumínio e aço

Em 1998, o Brasil atingiu o recorde nacional de reciclagem. Foram mais de 5,5 bilhões de latas recuperadas pela indústria, o que significa uma taxa de 65% sobre o total de latas de alumínios vendidas (8,5 bilhões de unidades). Os números brasileiros superam países industrializados, como Inglaterra (23%) e Itália (41%). Os Estados Unidos recuperam 66%, o que equivale a 64 bilhões de latas por ano. O Japão recicla 73%. Quanto às latas de aço, 35% das latas consumidas no Brasil são recicladas, o que equivale a cerca de 250 mil t/ano. Nos Estados Unidos, 60% das embalagens de folha de flandres retornaram à produção de aço em 1987. Se o Brasil reciclasse todas as latas de aço que consome atualmente, seria possível evitar a retirada de 900 mil toneladas de minério de ferro por ano.

Cada tonelada de alumínio reciclado evita a retirada de 5 toneladas de bauxita.

 Quando se recicla alumínio, o consumo de energia é reduzida em 95%.