Igreja Ortodoxa
Doutrina , Organização
Igreja que resulta do cisma ocorrido no catolicismo, em 1054, quando o
Império Bizantino rejeita a supremacia de Roma, patriarcado do Ocidente.
Até então, duas grandes tradições convivem no interior do cristianismo: a
latina, no Império Romano do Ocidente, com sede em Roma, e a bizantina, no
Império Romano do Oriente, sediada em Constantinopla (antiga Bizâncio e
atual Istambul, na Turquia). Divergências teológicas e políticas causam a
ruptura entre as duas igrejas, que se excomungam mutuamente, condenação só
revogada em 1965 pelo papa Paulo VI e pelo patriarca Athenágoras I.
A Igreja Ortodoxa (reta opinião, em grego) ou Igreja Cismática Grega é
menos rígida tanto nas formulações dogmáticas quanto na hierarquia, mas
também valoriza a liturgia. Todas as Igrejas Ortodoxas apresentam
diferenças políticas e religiosas.
Doutrina - Os sacramentos são os mesmos da Igreja Católica e reconhecidos
reciprocamente. Mas os rituais ortodoxos são cantados sem instrumentos
musicais e proíbem as imagens esculpidas de santos, exceto o crucifixo e
os ícones sagrados.
Os ortodoxos não admitem o conceito de infalibidade do papa e do
purgatório, lugar intermediário entre o Céu, reservado aos crentes, e o
inferno, destinado aos pagãos. Também rejeitam a doutrina católica da
Imaculada Conceição, segundo a qual Maria teria nascido sem pecado e
concebido seu filho virgem. De acordo com os ortodoxos, esse dogma não faz
parte da narrativa bíblica e é contrário à doutrina tradicional do pecado
original. A assunção da Virgem Maria (sua subida aos céus em corpo e
alma), porém, é aceita, com base na afirmação formal dos livros litúrgicos
e não-bíblicos.
Organização - O cristianismo ortodoxo tem originalmente quatro sedes ou
patriarcados, em Jerusalém, Alexandria, Antióquia e Constantinopla. Mais
tarde, incorporam-se os patriarcados de Moscou, de Bucareste e da
Bulgária, além das igrejas autônomas nacionais da Grécia, da Sérvia, da
Geórgia, de Chipre e da América do Norte. Os graus de ordem dividem-se em
diácono, padre e bispo. Os padres e diáconos recebem títulos honoríficos (arquimandrita,
ecônomo, arquidiácono), que não conferem primazia espiritual nem
administrativa. A escolha dos bispos é feita exclusivamente entre os
monges. Os padres podem casar-se (antes da ordenação), mas não os monges,
que se dedicam exclusivamente à oração.
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