Biblioteca de Alexandria
O imenso
arquivo de livros considerados 'perigosos', como as obras de Bérose que
relatavam seus encontros com extraterrestres ou 'Sobre o feixe de luz',
provavelmente a primeira obra sobre discos voadores, os livros secretos
que davam poder ilimitado, os segredos da alquimia....tudo desapareceu
Uma fantástica
coleção de saber foi definitivamente aniquilada pelos árabes em 646 da era
cristã. Antes disso muitos ataques foram destruindo aos poucos esse
monumento. Alexandria foi a primeira cidade do mundo totalmente construida
em pedra. A biblioteca compreendia dez grandes salas e quartos separados
para os consultantes. Discute-se, ainda, a data de sua fundação, por
Demétrios de Phalére. Desde o começo, ele agrupou setecentos mil livros e
continuou aumentando sempre esse número. Os livros eram comprados às
expensas do rei. Demétrios foi o primeiro ateniense a descolorir os
cabelos, alourando-os com água oxigenada. Depois foi banido de seu governo
e partiu para Tebas. Lá escreveu um grande número de obras, uma com o
título estranho: 'Sobre o feixe de luz no céu', que é provavelmente, a
primeira obra sobre discos voadores. Demétrios tornou-se célebre no Egito
como mecenas das ciências e das artes, em nome do rei Ptolomeu I .
Ptolomeu II continuou a interessar-se pela biblioteca e pelas ciências,
sobretudo a zoologia. Nomeou como bibliotecário a Zenodotus de Éfeso,
nascido em 327 a.C., e do qual ignoram as circunstâncias e data da morte.
Depois disso, uma sucessão de bibliotecários , através dos séculos,
aumentou a biblioteca, acumulando pergaminhos, papiros, gravuras e mesmo
livros impressos, se formos crer em certas tradições. A biblioteca
continha portanto documentos inestimáveis.
Sabe-se que um bibliotecário se opôs, violentamente ,à primeira pilhagem
da biblioteca por Júlio César, no ano 47 a.C., mas a história não tem o
seu nome. O que é certo é já na época de Júlio César, a biblioteca de
Alexandria tinha a reputação corrente de guardar livros secretos que davam
poder praticamente ilimitado. Quando Júlio César chegou a Alexandria a
biblioteca já tinha pelo menos setecentos mil manuscritos. Os documentos
que sobreviveram dão-nos uma idéia precisa. Havia lá livros em grego.
Evidentemente, tesouros: toda essa parte que nos falta da literatura grega
clássica. Mas entre esses manuscritos não deveria aparentemente haver nada
de perigoso. Ao contrário , o conjunto de obras de Bérose é que poderia
inquietar.
Sacerdote babilônico refugiado na Grécia, Bérose nos deixou de um encontro
o relato com os extraterrestres: os misteriosos Apkallus, seres
semelhantes a peixes, vivendo em escafandros e que teriam trazido aos
homens os primeiros conhecimentos científicos. Bérose viveu no tempo de
Alexandre, o Grande, até a época de Ptolomeu I. Foi sacerdote de
Bel-Marduk na babilônia. Era historiador, astrólogo e astrônomo. Inventou
o relógio de sol semicircular. Fez uma teoria dos conflitos entre os raios
dos Sol e da Lua que antecipa os trabalhos mais modernos sobre
interferência da luz.
A História do Mundo de Bérose, que descrevia seus primeiros contatos com
os extraterrestres, foi perdida. Restam alguns fragmentos, mas a
totalidade desta obra estava em Alexandria. Nela estavam todos os
ensinamentos dos extraterrestres.
A ofensiva seguinte, a mais séria contra a livraria, foi feita pela
Imperatriz Zenóbia . Ainda desta vez a destruição não foi total, mas
livros importantes desapareceram. Conhecemos a razão da ofensiva que
lançou depois dela o Imperador Diocleciano ( 284--305 d.C. ). Diocleciano
quis destruir todas as obras que davam os segredos de fabricação do ouro e
da prata. Isto é, todas as obras de alquimia. Pois ele pensava que se os
egipcios pudessem fabricar à vontade o ouro e a prata, obteriam assim
meios para levantar um exército e combater o império. Diocleciano mesmo
filho de escravo, foi proclamado imperador em 17 de setembro de 284. Era
ao que tudo indica, perseguidor nato e o último decreto que assinou antes
de sua abdicação em maio de 305, ordenava a destruição do cristianismo.
Diocleciano foi de encontro a uma poderosa revolta do Egito e começou em
julho de 295 o cerco à Alexandria. Tomou a cidade e nessa ocasião houve um
massacre. Entretanto, segundo a lenda, o cavalo de Diocleciano deu um
passo em falso ao entrar na cidade conquistada e Diocleciano interpretou
tal acontecimento como mensagem dos deuses que lhe mandavam poupar a
cidade.
A tomada de Alexandria foi seguida de pilhagens sucessivas que visavam
acabar com os manuscritos de alquimia. E todos manuscritos encontrados
foram destruidos . Eles continham as chaves essenciais da alquimia que nos
faltam para a compreensão dessa ciência, principalmente agora que sabemos
que as transmutações metálicas são possíveis. Seja como for, documentos
indispensáveis davam a chave da alquimia e estão perdidos para sempre: mas
a biblioteca continuou.
Apesar de todas as destruições sistemáticas que sofreu , ela continuou sua
obra até que os árabes a destruissem completamente. E se os árabes o
fizeram, sabiam o que faziam. Já haviam destruido no prórpio Islã - assim
como na Pérsia - grande número de livros secretos de magia, de alquimia e
de astrologia. A palavra de ordem dos conquistadores era "não há
necessidade de outros livros, senão o Livro", isto é , o Alcorão. Assim ,
a destruição de 646 d.C. visava não propriamente os livros malditos, mas
todos os livros.
O historiador muçulmano Abd al-Latif (1160-1231) escreveu: "A biblioteca
de Alexandria foi aniquilada pelas chamas por Amr ibn-el-As, agindo sob as
ordens de Omar, o vencedor". Esse Omar se opunha aliás a que se
escrevessem livros muçulmanos, seguindo sempre o princípio: "o livro de
Deus é-nos suficiente". Era um muçulmano recém-convertido, fanático,
odiava os livros e destruiu-os muitas vezes porque não falavam do profeta.
É natural que terminasse a obra começada por Julio César, continuada por
Diocleciano e outros.
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