BATERIA
O mercado para reciclagem
Baterias de chumbo-ácido são conjuntos de acumuladores elétricos recarregáveis, interligados convenientemente, construídos e utilizados para receber, armazenar e liberar energia elétrica por meio de reações químicas envolvendo chumbo e ácido sulfúrico (ABNT,1987). A maior parcela do chumbo atualmente consumido no mundo destina-se à fabricação de acumuladores elétricos para diferentes fins. As baterias chumbo-ácido são universalmente utilizadas como fonte de energia em veículos automotores, em sistema de fornecimento de energia elétrica e em produtos de consumo em geral. Quando essas baterias chegam ao final de sua vida útil devem ser coletadas e enviadas para unidades de recuperação e reciclagem. Esta providência garante que seus componentes perigosos (metais e ácido) fiquem afastados de aterros e de incineradores de lixo urbano e que o material recuperado possa ser utilizado na produção de novos bens de consumo. Todos os constituintes de uma bateria chumbo-ácido apresentam potencial para reciclagem. Uma bateria que tenha sido impropriamente disposta, ou seja, não reciclada, representa uma importante perda de recursos econômicos, ambientais e energéticos e a imposição de um risco desnecessário ao meio ambiente e seus ocupantes. As baterias automotivas, estacionárias e tracionárias, contêm chumbo na massa positiva, massa negativa, nas grelhas e conexões e ainda na solução eletrolítica de ácido sulfúrico; portanto, nas instalações, durante o uso das mesmas, no transporte, manutenção, armazenamento temporário e na disposição final, cuidados devem ser tomados para que não ocorra vazamento de chumbo e ácido sulfúrico que exponha os usuários e contamine o solo, ar e água. Se após o seu esgotamento energético essas baterias não forem segregadas e seu conteúdo reciclado, causarão ameaça ambiental significativa. |
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Quanto é reciclado? |
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Em 2008, o Brasil atingiu 99,5% de reciclagem das baterias de chumbo-ácido. Como o Brasil não é auto-suficiente em chumbo, é preciso importar cerca de 40% dele, e a procura pelo reciclado é muito grande. Agrande maioria dos fabricantes não aceita mais vender baterias sem a correspondente devolução da bateria velha. Isto acontece até em áreas mais remotas pois a logística reversa tem papel importante na viabilização deste negócio. |
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Conhecendo o material |
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Os componentes básicos de uma bateria são: Placas positivas e negativas: São grades produzidas com uma liga onde é aplicada uma massa de PbO ( óxido de chumbo ) adicionada de outras substâncias que responderão por determinadas reações . Estão diferenciadas em placas positivas e negativas e são responsáveis pelo acúmulo e condução da corrente elétrica.- Separadores: Executado em polietileno são envelopes que evitam o contato direto entre as placas positivas e negativas para que não ocorram assim curtos circuitos. Caixas: Servem para condicionamento dos elementos da solução eletrolítica - Conectores: Servem para a interligação dos elementos da bateria para formação do circuito. -Terminais; Pólos positivos e negativos da bateria. Solução: Composta por 35 % de ácido sulfúrico e 65 % de água destilada. Essa solução é indispensável às reações químicas que poderão ocorrer. Como funciona: Bióxido de chumbo ( PbO2 ) , é uma substância que possui grande tendência de receber elétrons , enquanto que o chumbo metálico ( Pb) , tem uma grande tendência de doar elétrons; a isso chamamos diferença de potencial. O meio utilizado para transferência de elétrons no caso das baterias automotivas é a solução de ácido sulfúrico, pela sua boa estabilidade térmica, alta condutividade iônica, baixo nível de impurezas e baixo custo. |
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Qual o peso desses resíduos no lixo? |
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Não há um substituto economicamente interessante para o chumbo, das baterias automotivas chumbo-ácido. A produção total mundial, de acordo com o dado mais recente de 2006 foi de 8,6 milhões e toneladas, estima-se que 60% das toneladas do metal produzidas provém da produção secundária, ou seja, devido à reciclagem propriamente dita e o restante de minas. As baterias automotivas de chumbo ácido representam 70 % do emprego mundial do metal chumbo, com uma vida útil de 20 a 60 meses. A reciclagem formalizada das baterias de chumbo ácido e a alternativa que se mostra mais adequada para compatibilizar interesse de economia e proteção ao meio ambiente.
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Valor (Sucata) |
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O Brasil não é produtor de Chumbo primário, dependendo 100 % de importações para suprir sua demanda. Com a Convenção de Basiléia, as baterias chumbo-ácido foram classificadas como resíduo perigoso e tiveram seu comércio internacional afetado. Tivemos um impacto significativo na economia ligada a este metal, uma vez que o preço do metal primário é superior ao preço da sucata. Este fato, associado com a promulgação de legislação específica, favoreceu a crescente demanda de reciclagem deste material no país. Todos os estabelecimentos que comercializam baterias automotivas são obrigados a aceitar a devolução de baterias usadas de qualquer marca (Resolução CONAMA 257/99), e preservar a solução ácida (não jogando em esgotos, nem adicionando água). Cuidando desta forma, para que o manuseio seja efetivado de forma adequada, evitando o tombamento das baterias em qualquer situação de armazenamento ou transporte para que não haja vazamento da solução ácida.
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Sua história |
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Em 1800 o italiano Alessandro Volta, criou a pilha não recarregável. Em 1859 o francês Gaston Plantê aperfeiçoou o invento que passou a ser recarregável. Em 1912, surgiu sua utilização em ignição de automóveis. Hoje, as baterias são responsáveis pelo gerenciamento eletrônico do veículo. Estima-se que entre os anos de 1998 e 1999, a produção de baterias, passou a ter abrangência mundial, onde os Estados Unidos respondem por 40%, a Europa 30% e o Japão 12,5%. |
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E as limitações? |
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No senso prático, a reciclagem de um metal deve considerar: - A quantidade e a pureza do material recuperado, - Os mercados para o reciclado, - O valor unitário do metal, - Os custos de coleta, entrepostagem e transporte, - A quantidade, a periculosidade e os custos de tratamento e disposição dos resíduos do reprocessamento, - Custo final da operação como um todo. |
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Destinação |
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Não se deve armazenar baterias de chumbo-ácido em lixões (vazadouros a céu aberto) sob pena de provocar malefícios à saúde pública através da contaminação de solo, cursos d´água e lençóis freáticos. A Resolução CONAMA nº 257 em seu parágrafo único do art. 1º “As baterias industriais constituidas de chumbo, cádmio, e seus compostos, destinados a telecomunições, usinas elétricas, sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme, segurança, movimentação de cargas ou pessoas, partida de motores diesel e uso geral industrial, após seu esgotamento enegético, deverão ser entregues pelo usuário ao fabricante ou ao importador ou ao distribuidor da bateria, observando o mesmo sistema químico, para os procedimentos referido no caput deste artigo". |