Vida e Obra de Jorge Amado

Biografia de Jorge Amado

Senhora - Obra de José de Alencar

Bernardo Guimarães

Dom Casmurro

Trabalhos de Literaturas

Quincas Borbas

 

Vida e Obra de Jorge Amado

Biografia 

Jorge Amado nasceu em Pirangi (BA), em1912. Depois de trabalhar na imprensa, estudou direito, em 1931, mudou-se para o Rio de Janeiro, e lá publicou o seu primeiro romance: O País do Carnaval. Participou da Aliança Nacional Libertadora e esteve detido entre 1936 e 1937. Morou alguns anos em Buenos Aires e, em 1945, foi eleito deputado por São Paulo. Em 1947, viajou por muitos países de então União Soviética. Foi eleito membro da Academia Brasileira de letras, em 1959.

Jorge Amado denunciou a avidez dos coronéis nos latifúndios de exploração do cacau, principalmente nos romances épicos Terras do Sem-Fim e São Jorge dos Ilhéus. Há mais de 60 anos ele deixou a Bahia; para ganhar o mundo. Morou em Paris e conhece cada canto da Europa, mas quase tudo o que escreveu fala da gente simples do nordeste e tem sua querida Bahia como cenário.

RELATO SOBRE A VIDA DO AUTOR. 

São 32 livros, traduzidos para 49 idiomas. Já vendeu desde O País do Carnaval, o primeiro livro, de 1931, quase 20 milhões de exemplares no Brasil e no exterior. Capitães de Areia de 1937 é o recordista: quatro milhões. Nada mal para um “contador de histórias”, como ele gosta de se definir, que não tinha muitas pretensões na vida. O pai era um proprietário de terras na região do cacau no sul da Bahia, e Jorge fez o primário em Ilhéus.Foi cursar direito no Rio e na mesma época publicava os livros que lhe deram projeção nacional; Cacau, de 1933, e Jubiabá, de 1935.

Nos anos 40 ingressou no Partido Comunista Brasileiro e foi eleito deputado federal em São Paulo. A carreira política terminou quando o PCB foi posto na clandestinidade. Exilou-se do país e foi respirar novos ares na Europa e na Ásia ao lado da escritora Zélia Gattai, com quem se casou em 1945 e vive até hoje. “Cumpri minha tarefa como comunista e abandonei o partido em 1955 porque não queria mais receber ordens”, disse outra vez. Hoje em dia tem posições políticas moderadas.

CARACTERÍSTICA DE UMA DE SUAS OBRAS...

“CAPITÃES DE AREIA” 

A obra CAPITÃES DE AREIA trata da vida de menores abandonados da Bahia, liderados por Pedro Bala e vivendo num velho trapiche de Salvador, à custa de furtos e malandragens. Os “Capitães de Areia” revoltam-se por causa do abandono em que vivem.  A obra denuncia as desigualdades sociais, contrapondo permanentemente burguesia e povo, a desonestidade da classe dominante e a sensibilidade dos que vivem à margem da sociedade. 

VAMOS LER UM TRECHO DESSE ROMANCE

CAPITÃES DE AREIA 

Como o vestido dificultava seus movimentos e como ela queria ser totalmente um dos Capitães de Areia, o trocou por umas calças que deram a Barandão numa casa da cidade alta. As calças tinham ficado enormes para o negrinho, ele então as ofereceu a Dora. Assim mesmo, estavam grandes e para ela, teve que cortar nas pernas para que dessem. Amarrou com cordão, seguindo o exemplo de todos, o vestido servia de blusa. Se não fosse a cabeleira loira e os seus nascentes, todos poderiam tomar como um menino, um dos capitães de areia.  

“Nos primeiros livros, tudo era maniqueísta: o rico é ruim e só o pobre presta. Mas vi que as coisas são mais complexas e passei a ter horror a ideologias, diz. É grande amigo de Antônio Carlos Magalhães e acredita que Fernando Henrique pode se tornar um grande estadista.

No mínimo, a experiência no PCB contribuiu para que Jorge diversificasse suas troças. Nos anos 50, convidado oficial do governo chinês, foi assistir a um espetáculo da Ópera de Pequim e sentou-se na poltrona ao lado do ministro da cultura de Cuba. O intérprete do cubano dormiu e ele passou a perguntar ao escritor tudo o que acontecia no palco.

Quando em cena apareceram vários soldados, Jorge disse: A imperatriz vai se deitar com todos os soldados “. E o cubano arregalou os olhos. Depois, entram alguns cavalos:” Agora é a vez de todos os cavalos se divertirem com a moça.”Foi demais. O ministro de Fidel se retirou do teatro e, no dia seguinte, fez uma queixa formal na reunião dos camaradas. Jorge, quietinho, fingiu que não ouviu.

A mania de zombar dos outros fez com que alguns dessem o troco na mesma moeda. Em Portugal, passeando pelas ruas de Lisboa com o escritor conterrâneo João Ubaldo Ribeiro, foi cercado por uma multidão que queria saber se aquele ”tal” Jorge Amado era o autor de O Bem Amado, novela de enorme sucesso em terras lusitanas. Ubaldo confirmou, mas disse que ele usava o pseudônimo Dias Gomes e, às vezes, assinava, Janete Clair. Em 1974, faliu a editora Martins que tinha os direitos de seus livros. O amigo Antônio Machado passou a ser o novo editor e Jorge fez questão de incluir uma nova cláusula no contrato. Se uma das partes rompesse o acordo, ficava proibido o rompimento da amizade.

Obras: 

Romance: O País do Carnaval(1931); Cacau(1933); Suor (1934); Jubiabá (1935); Mar Morto (1936); Capitães de Areia (1937); Terras do Sem-Fim (1942); São Jorge dos Ilhéus(1944); Seara Vermelha (1946); Os Subterrâneos da Liberdade (3 volumes 1952); Gabriela Cravo e Canela(1958); Dona Flor e Seus dois Maridos(1967); Tenda dos milagres (1970); Teresa Batista cansada de guerra (1973); Tieta do Agreste (1977); Farda, Fardão, Camisola de Dormir (1979); Tocaia Grande (1984);

Novela: Os velhos marinheiros(1961); Os pastores da noite(1964);

Biografia: ABC de Castro Alves (1941); Vida de Luís Carlos Prestes (1945); Memórias: Navegação de Cabotagem (1992).

 *Livros que lhe deram projeção nacional: 

 CACAU (1933)

JUBIABÁ (1935)

 *Obra-Prima:

 

CAPITÃES DE AREIA

TERRAS DO SEM-FIM

GABRIELA, CRAVO E CANELA.

DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS

TENDA DOS MILAGRES  

RESUMO... 

Jorge Amado de Faria costuma pregar peças nos mais chegados

. Deve ter pregado muitas porque a lista de amigos do escritor não é pequena. Jorge tem simplicidade e carisma que agradam a gregos e baianos. Pode ser ao mesmo tempo, o confidente do guardador de carros e grande camarada do líder cubano Fidel Castro.

Ao lado de Zélia, vivia em Salvador, no bairro do Rio Vermelho. A casa é ponto turístico da cidade.

Os city-tours das agências prometem visitas ao famoso casal, e volta e meia, Jorge topa com pessoas estranhas passeando pelo jardim. Um dia, Zélia ouviu o marido gritar: “corre, mulher. Estão invadindo nossa casa outra vez!”. No quarto de dormir, havia dois argentinos deitados na cama posando para fotos.

A empregada tinha pena dos turistas. Deixava qualquer um entrar e ainda prestava serviços de guia: “aqui é o quarto, aqui o banheiro deles...”.

Aos 87 anos, Jorge tem dificuldade para ler e não gosta de badalações. A popularidade do escritor aumentou muito, a partir dos anos 70, com a adaptação de suas obras para o cinema e a televisão, como Gabriela e Tieta do Agreste. Obras que ele faz questão de dizer: “falam sobre o povo e para o povo”.

 Curiosidades:

Você sabia?

Para autorizar a adaptação de Gabriela para a tevê, Jorge impôs que o papel principal fosse dado aSônia Braga”.Por quê? “, perguntaram os jornalistas. Jorge respondeu:” o motivo é simples: nós somos amantes “. Ficou todo mundo de boca aberta. O clima ficou mais pesado quando Sônia apareceu. Mas ele se levantou e, muito formal, disse: muito prazer, encantado”. Era piada. Os dois nem se conheciam até então.

 Roteiro do Trabalho

1. Biografia do Autor

2. Obras- Primas

3. Livros que lhe deram Projeção nacional

4. Características de uma de suas obras

5. Relato sobre a vida do autor

6. Resumo

 Participantes 

1.Cenira de Jesus Santos

2.Cleíldes Nascimento Gama

3.Maria Zélia Santos

4.Nara Polyanna Mendes

5.Jesuíto Nascimento

   Bibliografia

CADORE, L.A. Curso prático de português- Literatura, gramática e redação. São Paulo, 2o.grau, editora Ática, 1994.

Revista ISTO É- O brasileiro do século- 4- Literatura

  


SENHORA 

                    Na obra Senhora temos como personagem principal Aurélia Camargo, que no decorrer da narrativa são mostradas alguns símbolos como: nua estrela, deusa dos bailes, musa dos poetas e outras que induziam tornando a um ser perfeito aos olhos. Mas em contrapartida temos uma moça com 18 anos, com sagacidade, ar provocador e expressão cheia de desdém que contrastam com a beleza correta e a expressão serena. Aurélia é um personagem que em demostrar e ir contra o que era imposto no período do Império, ou seja em documentar indiretamente um momento histórico, concreto da sociedade brasileira. Na geral a mulher brasileira era submissa ao poder, ela valia pelo dote que possuía. Exemplificando ela não podia ir as festas, bailes na sociedade sem estar acompanhada, pois seria considerada vulgar. A mulher era feita para o casamento, sem direitos de mandos e opiniões na sociedade. E surge Aurélia diferente, porque não satisfaria os costumes e exigências da época que não aceitava a emancipação feminina. O conflito que organiza a obra, é um choque entre o amor ideal, o invencível, e o mundo social que decepciona. E Aurélia está inserida nesse conflito e oscila entre a pureza e a ironia, porque ela tinha experiência da vida. Na sociedade que era movida pelo ouro, pelo interesse e as pessoas valiam pelo interesse e dinheiro que tinham, prevalecendo o "Ter" sobre o "Ser". Com Fernando Seixas, percebemos que os casamentos eram feito por conveniência e ascensão social. E Seixas mesmo vivendo na pobreza apresenta-se em sociedade como se fosse um dos "cavaleiros mais ricos e francos da corte". O Título senhora para a obra está relacionado ao poder que Aurélia exercia por ser dona de seus atos e ser rica. E também porque na época o termo "Senhora" não era usado para mulheres, pois não detinham poder. A obra fornece diversas interpretações pois é literária. Mas no final da narrativa, o fator que leva a idealização do amor, no romantismo, é o momento que Fernando Seixas diz para Aurélia que era consumado por desejo de viver no consumidos e materialismo. Mas que ela transformou-o fazendo-o lutar pela dignidade e a auto estima perdidas. Com isso, Aurélia perdoa Seixas de fato porque ele transformar-se em um "homem" e não um ator de salão.

Obra: Senhora

Autor: José de Alencar

Escola Literária: Romantismo


Biografia de Jorge Amado

Das mais significativas da moderna ficção brasileira, a obra de Jorge Amado baseia-se na exposição e análise, em moldes realistas, dos cenários rurais e urbanos da Bahia. Filia-se, pois à corrente regionalista da literatura nordestina.
Jorge Amado nasceu numa fazenda de cacau em Itabuna BA em 10 de agosto de 1912. Passou a infância em Ilhéus, onde assistiu à luta entre fazendeiros e exportadores de cacau, que lhe inspirariam temas e tipos romanescos. Em Salvador, onde fez o curso secundário, ligou-se à Academia dos Rebeldes, grupo que, chefiado por Pinheiro Viegas, propunha uma literatura voltada para as raízes nacionais.
Radicado desde 1930 no Rio de Janeiro, Amado estudou direito e estreou logo a seguir em livro, publicando com notável regularidade os romances de sua primeira fase, todos marcados pela técnica do realismo socialista: O país do carnaval (1932), Cacau (1933), Suor (1934), Jubiabá (1935), Mar morto (1936), Capitães de areia (1937), Terras do sem fim (1942), São Jorge dos Ilhéus (1944), Seara vermelha (1946), Os subterrâneos da liberdade (1952). Ora surge nesses livros o drama vivido nas plantações de cacau do sul da Bahia, ora, na cidade de Salvador, a vida da infância abandonada, do proletariado, dos saveiristas, dos negros e marginais, com os conflitos e injustiças sociais em destaque. Tal fundamento sociológico confere aos romances um cunho de documentário dos problemas brasileiros, agravados pela transição da sociedade agrária para a industrial.
Em 1945 Jorge Amado foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro, porém todos os membros da bancada do partido tiveram o mandato cassado, e ele sofreu fortes pressões políticas. Durante cinco anos, viajou pela Europa e Ásia, voltando ao Brasil em 1952. Em 1956 fundou o semanário cultural Para todos, que dirigiu, e em 1961 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (cadeira no 23).
Data de Gabriela, cravo e canela (1958), o início da segunda fase de sua obra, caracterizada pelo tratamento satírico e humorístico dos textos, sem prejuízo das intenções de crítica social. Seguiram-se, na mesma linha, obras sempre muito bem recebidas, como Os velhos marinheiros (1961), Os pastores da noite (1964), Dona Flor e seus dois maridos (1966), Tenda dos milagres (1969), Teresa Batista cansada de guerra (1973), Tieta do Agreste (1977), Farda, fardão, camisola de dormir (1979), Tocaia grande -- a faca obscura (1984), O sumiço da santa (1988). Ao completar oitenta anos, em 1992, publicou o "romance autobiográfico" Navegação de cabotagem.
Um grupo à parte na volumosa produção do escritor, um dos mais lidos de toda a história literária brasileira, é constituído por obras de circunstância, como o relato de viagem O mundo da paz (1950) e o guia de Salvador Bahia de todos os santos (1945), ou obras fortemente marcadas por seu engajamento político como O cavaleiro da esperança (1945), biografia romanceada de Luís Carlos Prestes, e ABC de Castro Alves (1941), outro romance biográfico.
Traduzido para mais de trinta idiomas e detentor de inúmeros e importantes prêmios, Jorge Amado teve vários de seus trabalhos adaptados para o rádio, à televisão e o cinema. Em 1979, sua mulher, Zélia Gattai, companheira de toda a vida, iniciou sua própria carreira literária, com o livro de memórias Anarquistas, graças a Deus, a que se seguiram, Um chapéu para viagem (1982), Senhora dona do baile (1984), Jardim de inverno (1989) e Chão de meninos (1993). Faleceu na Bahia no dia seis de agosto de 2001.

 

 

Análise de uma obra

 

A MORTE E A MORTE DE QUINCAS BERRO D'ÁGUA

Jorge Amado "Um baiano romântico e sensual"

 

Autor dos mais respeitados na literatura brasileira, desde os anos trinta, Jorge Amado tem pontificado e feito sucesso de crítica e de público. Sua obra explora os mais diferentes aspectos da vida baiana: a posse violenta da terra, com as conseqüências sociais terríveis, como ocorreu na colonização da zona cacaueira do Sul da Bahia, está magistralmente imortalizada em Cacau, São Jorge de Ilhéus, Gabriela, Cravo e Canela e Terras do Sem Fim. Os tipos folclóricos das ladeiras de Salvador estão presentes em Tenda dos Milagres, Capitães da Areia, Mar Morto. A literatura engajada, comprometida com a ideologia política do Autor faz-se presente em Os Subterrâneos da Liberdade, O Cavaleiro da Esperança. Os perfis de mulheres extraordinárias que comovem e seduzem estão em Tieta do Agreste, Dona Flor e seus Dois Maridos, Gabriela e muitos outros...

Primeiro é preciso que se tenha em mente o "descompromisso" do Autor com o registro formal culto, para se entender melhor o comentário que se faz constantemente sobre seu "estilo". Jorge Amado já se autoproclamou "um baiano romântico e sensual". É o que a crítica costuma rotular de contador de estórias. Não segue, intencionalmente, o rigor da técnica de construção literária e nem dá a mínima para as normas gramaticais e ortográficas. Incorpora, com a maior naturalidade, à língua escrita, termos e expressões típicas da língua oral e de sua Bahia idolatrada. Não espere o leitor, portanto, defrontar-se com um texto primoroso, regular, pausterizado. Entretanto, quem se aventurar nos meandros de suas páginas, esteja preparado para o deguste de um texto saboroso e suculento que transpira a trópico, a calor, a vida. Suas histórias são tramadas sobre o povo simples e rude, numa língua que esse povo fala e entende.

O texto que serve de suporte a este estudo centra-se na fixação dos tipos marginalizados para, por intermédio deles, analisar e criticar toda a sociedade. A ação dá-se, basicamente, em Salvador e gira em torno da boêmia desqualificada das cercanias do cais do porto.

A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água é uma das melhores narrativas publicadas por Jorge Amado. Veio a lume em 1958 e conquistou desde logo a admiração de quantos dela se aproximaram. Nitidamente imbricada no Realismo Mágico, mistura sonho e realidade; loucura e racionalidade; amor e desamor; ternura e rancor, de forma envolvente e instigante:

Joaquim Soares da Cunha foi funcionário público, pai e marido exemplar até o dia em que se aposentou do serviço público. A partir daí, jogou tudo para o alto: família, respeitabilidade, conhecidos, amigos, tradição. Caiu na malandragem, no alcoolismo, na jogatina. Trocou a vida familiar pela convivência com as prostitutas, os bêbados, os marinheiros, os jogadores e pequenos meliantes e contraventores da ralé de Salvador. Sua sede era saciada com cachaça e seu descanso era no ombro acolhedor da prostituta. Fez-se respeitado e admirado entre seus novos companheiros de infortúnio: era o paizinho, sábio e conselheiro, sempre disposto a mais uma farra ou bebedeira.

Sua opção pela bandalha representa o grito terrível do homem dominado e cerceado por preconceitos de toda sorte e que um dia rompe as amarras e grita por liberdade.

Morreu solitariamente sobre uma enxerga imunda e sua morte detonou todo o processo de reconhecimento/desconhecimento por parte da família real e da família adotada. Os amigos durante o velório se embriagam e resolvem, bêbados, levar o defunto para um último "giro" pelo baixo-mundo que habitavam. O passeio passa pelos bordéis e botecos, terminando em um saveiro, onde há comida e mulheres. Vem uma tempestade e o corpo de Quincas cai ao mar.

Ao renunciar à família, mudar de ambiente e de costumes, Quincas morreu pela primeira vez e curtindo a última bebedeira, morreu pela segunda vez; ao cair ao mar, não deixando qualquer testemunho físico de sua passagem pela vida, morreu pela terceira vez. A narrativa poderia chamar-se A morte e a morte e a morte de Quincas Berro D'Água, acrescentando-se uma morte ao protagonista, que ficaria bem de acordo com a progressão da trama.

 

Personagens marcantes

 

Gabriela e Turco Nacibi (Gabriela Cravo e Canela)

Dona Flor, Vadinho e Dr. Teodoro (Dona Flor e seus dois maridos).

Tieta, Perpétua (Tieta do Agreste).

Guma, Lívia, Félix (Mar morto e A Invasão dos turcos


Bernardo Guimarães

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, jornalista, romancista e poeta brasileiro nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, a 14 de agosto de 1825.

Realiza seus primeiros estudos em Ouro Preto (MG) e, posteriormente, segue para São Paulo, onde gradua-se em direito. Era amigo de Álvares de Azevedo e Aureliano Lessa.

Juiz municipal em Catalão, Estado de Goiás, não foi bem sucedido nesse cargo, pois delibera em certo momento,em absolver e dar liberdade a todos os presos da cidade, situação incompatível com sua condição de juiz.

Mudou-se depois para Rio de Janeiro. Ali passou a dedicar-se à atividade literária na imprensa, como repórter e crítico literário.

Em Ouro Preto, onde torna-se professor de retórica e poética no Liceu Mineiro, e de latim e francês em Queluz.

Seu casamento veio mudar-lhe os hábitos, acomodando-o e conduzindo-o a uma fase de produção literária bastante fecunda.

É o responsável pela introdução do regionalismo e do sertanismo na ficção brasileira. Sua obra poética revela traços do ultra-romantismo à maneira de Álvares de Azevedo, que foi seu contemporâneo e amigo na Faculdade de Direito. A obra de Bernardo Guimarães nos mostra uma narrativa pormenorizada e rica em detalhes que retratam a intensidade dos costumes, a vida social do sertanejo, além de também nos mostrar aspectos e formas da natureza rural.

Bernardo Guimarães foi o iniciador do sertanismo na literatura brasileira, destacando-se nesse gênero as obras: O Ermitão de Muquém, Lendas e Romances, O Garimpeiro, A Escrava Isaura, A Ilha maldita, Rosaura, A Enjeitada, O Bandido do Rio das Mortes, O Seminarista, Histórias e Tradições, O Índio Afonso e Maurício ou Os Paulistas em São João Del Rey. Produziu para teatro dois trabalhos importantes: A voz do Pajé e Os Dois Recrutas.

Faleceu em Ouro Preto, em 1884.


Dom Casmurro

Primeiramente deve-se esclarecer a do livro ter este nome: Dom Casmurro, que foi o nome dado a Bentinho por um amigo que ficou aborrecido ao ver que enquanto ele recitava seus versos, Betinho chegou a cochilar por uns instantes.“Dom” foi por dado por ironia, relacionado a nobreza e “Casmurro” não foi utilizado no seu sentido real, foi dado o apelido devido a seu jeito de ser calado e metido consigo.Bentinho não se ofendeu com o apelido e alguns amigos passaram a chamar-lhe por esse nome.

Bentinho era um garoto de 15 anos, morava na vila de Matacavalos, junto com sua mãe Gloria, seu tio Cosme, sua tia Justina e o agregado José Dias.

Sua casa ficava próxima a de Capitu, sua melhor amiga que cresceu ao seu lado.

D. Gloria, antes de Bentinho, teve um filho que morreu, por ser uma mulher religiosa fez uma promessa de que se seu próximo filho sobrevivesse, este seria padre.

Certo dia, Bentinho teve a noticia de que seria padre, porem ele descobriu estar apaixonado por Capitu, e ela por ele.

Capitu e Bentinho passaram a viver um amor secreto e não aceitavam aideia de que teriam que renunciar a essa paixão, para que Bentinho fosse padre.

O tempo não conseguiu apagar a promessa de D.Glória e no ano seguinte mandou seu filho para o Seminário, mesmo que seu coração desejasse o contrário. Bentinho chegou a confidenciar a José Dias que não tinha vocação para ser padre, mas nada disse sobre sua paixão por Capitu, inutilmente José Dias tentou convencer Glória.Bentinho voltava aos sábados para casa, era quando ele podia rever a família e encontrar o seu grande amor Capitu.

No Seminário ele conheceu Escobar, teve início uma grande amizade. A este amigo ele confidenciou seu segredo e descobriu que Escobar não tinha objetivo de ser padre.

Certo dia Bentinho conheceu Sancha, uma grande amiga de Capitu, que encontrava-se doente e estava sobre os cuidados de Capitu.

O tempo passou, Bentinho e Capitu já não suportavam mais a espera, foi então que José Dias teve a idéia de que Bentinho deveria ir a Roma falar com papa para obter o perdão da promessa de sua mãe. Escobar teve uma idéia melhor, D. Glória adotava um menino pra que este fosse padre, assim a promessa estaria paga.

Glória aceitou a idéia e bentinho foi estudar Leis, aos 21 anos casou-se com Capitu, e Escobar começou a trabalhar no comércio e se casou com Sancha.

Os quatro tornaram-se cada vez mais amigos, Sancha e Escobar tiveram uma filha, porém bentinho e Capitu não conseguiam ter o tão desejado filho.

Certa vez, Bentinho quis ir com Capitu para o teatro, só que esta disse estar com dor de cabeça, ela insistiu para que seu marido fosse, Bentinho assim o fez.

Bentinho encontrou Escobar, que lhe pareceu estranho e chegando em casa viu que Capitu estava em ótimo estado.

Finalmente Capitu pôde ter um filho a quem deram o nome de Ezequiel. O menino cresceu tornando-se amigo da filha de Escobar e Sancha, chegarm até a pensar em um dia casar os dois, o que não ocorreu.

Ezequiel apesar do seu grande afeto pela mãe, tinha maior aproximação com o pai, o menino tinha um costume de fazer brincadeiras imitando os adultos, principalmente Escobar que ele imitava  muito bem.

Certo dia,Escobar sem noção do perigo foi nadar num mar violento, e acabou morrendo afogado. Todos sofreram muito com a perda.

Bentinho viu uma foto, do seu amigo Escobar quando era mais e notou uma grande semelhança com seu filho, tão grande que foi tomado por um sentimento de desconfiança e ódio, tomou conta de si, e Bentinho estava certo de que sua mulher o traíra e dessa traição nasceu Ezequiel.

Bentinho pensou em matar-se e comprou um veneno, e ao chegar em casa, misturou-o com café, no instante em que ia beber ouviu a voz de Ezequiel que entrou no escritório beijando e fazendo carícias em Bentinho, que por um instante chegou a pensar em matar Ezequiel, mas logo desistiu, repeliu o menino e disse a ele que não era o seu pai, nesse instante Capitu entrou e negou tudo, mas alguns momentos depois acbou reconhecendo que o casamento não poderia mais continuar.

Capitu foi embora com filho para a Suíça e durante o tempo passado lá comunicava-se com Bentinho por meio de cartas.

Anos se passaram e Capitu faleceu, Bentinho recebeu a notícia, assim como a visita de Ezequiel, que lhe pareceu ainda mais parecido com Escobar, o encontro foi cheio de emoção e sem mágoas. Onze meses depois, Ezequiel morreu de febre tifóide.

No fim de tudo, bentinho concluiu que, apesar da incerteza a respeito da fidelidade de Capitu, ela fora a única mulher que ele amou em toda sua vida, um amor intenso que nenhuma outra seria capaz de apagar.