Beato Irmão Arnoldo

(Mens499)

O Irmão Arnoldo (Jules Rèche) nasceu em 2 de setembro de 1838, em Landroff, às margens do Mosela, na Lorena francesa, a uns 40 Km da cidade de Metz. É, então, um povoado tranqüilo, calmo e pouco conhecido. Ele foi batizado no mesmo dia de seu nascimento.

O senhor Rèche era um homem trabalhador, esforçado, reto e piedoso. Ele fazia parte da Associação do Rosário e convocava os membros para as reuniões. A senhora Rèche seguia o mesmo princípio e, como mãe, cuidava dos seus oito filhos com esforço e muita dedicação.

Desde pequeno, Jules ouviu falar de Deus e aprendeu a rezar. Era de bom comportamento, de bom coração e muito obediente. Era simpático, franco, educado e sorridente. Ele era quem melhor cuidava de seus irmãos: Eugênio, José, Vitor e Augusto. E sua irmã Júlia cuidava das outras irmãs: Maria e Celestina.

Desde pequeno rezava sempre e ia à Igreja sozinho rezar após as orações comuns. Muitas vezes, dirigia-se à escola em silêncio, rezando.

Depois das cerimônias litúrgicas, sempre participava das aulas de catecismo e com muito gosto. Estudava com o maior interesse e o pároco o considerava como o aluno mais atento. Logo tornou-se catequista e ensinava com constância, com uma preparação estupenda. Sentia-se muito feliz falando de Deus e de suas maravilhas, e de qualquer tema religioso.

Ainda cedo, teve que trabalhar para ajudar a família, que passava por dificuldades. E aceitou isso com grande realismo.

Foi morar na casa do senhor Guerber e procurou fazer-se útil, começando por realizar trabalhos mais leves. Ele podia ver sua família todos os dias e continuava rezando sempre.

Fez a primeira comunhão em 11 de maio de 1851. E, em 12 de junho de 1854, quando contava com 16 anos, recebeu o sacramento da confirmação.

Ele tinha muitas qualidades, mas também tinha pontos negativos: era lento para realizar as coisas.

A família Guerber o considerava como membro da mesma, o considerava como filho e ele se mostrava dócil, com iniciativa e com cuidados para todos. Nele depositavam confiança. E o trabalho, por várias vezes, o fez largar suas práticas piedosas, mas fazia por conta sua via-crúcis e sempre procurava meios para comungar. Destinava tempo para cumprir suas devoções e sempre rezava.

Quando tinha 21 anos foi contratado pelo senhor Bourguignon para ajudar na construção da igreja nova de Charleville. E todos admiravam sua seriedade e seu humor, sua atitude de serviço. Era um trabalhador excelente e responsável. Mas, também, esse período lhe tirou, por algum tempo, suas práticas piedosas, não era mais um exemplo como em Landroff.

Um dia foi aconselhado por uma senhora que o conhecia desde pequeno a participar das reuniões para jovens que os Irmãos organizavam todo domingo. Ele decidiu aceitar o conselho e ir às tais reuniões. Empenhou-se em voltar ao bom caminho. Também fez cursos com os Irmãos: francês, matemática, contabilidade... Jules se esmerou nos estudos e progrediu muito em pouco tempo.

Pouco a pouco a oração se converte no seu alimento diário e submete-se a uma série de penitências voluntárias. Seguia essas práticas e se oferecia ao Senhor.

A escola dos Irmãos de Charleville se converteu para Jules num segundo lar. E ajudou os Irmãos em muitas atividades. E, logo, passou a ajudar a senhora Rudier de Maisons num patronato que esta havia criado para crianças abandonadas. Ele se ocupava de estar com essas crianças, de distribuir-lhes as coisas necessárias e de ensinar a doutrina cristã, preparando-as para a Primeira Comunhão.

Com 24 anos sabe que, interiormente, as atrações do mundo não o satisfazem. Gosta da oração, do recolhimento, dos ofícios litúrgicos... Sente-se fascinado pela vida dos Irmãos, por sua modéstia, sua sensibilidade e felicidade... E, logo pediu para se tornar Irmão.

Em 13 de novembro de 1862, Jules se mudava para o Noviciado dos Irmãos, em Beauregard. Esta decisão era definitiva. Foi para o internato de São José, onde está o Noviciado dos Irmãos para o Distrito de Reims.

Ao cabo de poucos dias o "postulante" realizava com exatidão cada exercício e se tornava modelo para todos os demais companheiros. Todos se sentiam emocionados por sua vivência espiritual e seu fervor.

Em 23 de dezembro de 1862, Jules se fez imensamente feliz, tomou o Santo Hábito dos Irmãos e dava entrada ao Noviciado. Agora, Jules passou a se chamar Irmão Arnoldo.

Todos os exercícios e trabalhos do Noviciado o faziam mais e mais feliz. Tinha recreios, orações, tardes de descanso, inocência, piedade, esforço por servir cada dia ao Senhor com sinceridade de coração.

Durante um ano inteiro o Irmão Arnoldo realizou seu Noviciado, preparando-se para abraçar os compromissos da vida religiosa.

Logo chegou a carta do Irmão Visitador ao Irmão Arnoldo dizendo que cumprisse a obediência no internato de Reims. E ele realizou sua viagem pensando em Deus, num clima de recolhimento e oração.

Nesse internato o Irmão Arnoldo passou 27 anos de sua vida. Reims era para os Irmãos a cidade santa, onde surgiu o Instituto das Escolas Cristãs, e Irmão Arnoldo visitou todos os lugares lassalianos.

Com seus 25 anos e com sua experiência, não foi difícil impor sua natural autoridade ao grupo de meninos que lhe era confiado. Começava sempre com uma reflexão, que ambientava o dia, logo depois seção de leituras e caligrafias, e aulas de religião, nas quais colocava todo o seu coração.

De pequeno, o Irmão Arnoldo não pôde estudar. Somente aos 21 anos, com os Irmãos, obteve uma formação mais esmerada e certa cultura. Ao chegar ao internato de Reims como professor, uma de suas preocupações foi estudar para ser melhor educador. Tomou como propósito obter os títulos acadêmicos que ainda não pudera conseguir antes. Apóss um esforço continuado conseguiu aprovação nos exames acadêmicos. Isso deu-se em Nancy, em 1876. Antes, havia reprovado nos exames que fez em Douai, em 1873.

O Irmão Arnoldo adquiriu muitos conhecimentos que, reforçados por sua boa memória, lhe davam o prestígio de ser um dos professores mais cultos do colégio. Mas, seus estudos preferidos eram os de religião. Também se aperfeiçoou em história, ciência, matemática.

"Não pedir nada; não recusar nada". Este foi o lema do Irmão Arnoldo. E, em conseqüência, ao largo da vida religiosa, teve que atender matérias e ocupações das mais distintas: professor de alemão, professor de agricultura..., responsável por preparar os alunos que se apresentavam a um exame especial denominado "Voluntário", com um Curso Preparatório para a Escola de Artes e Ofícios de Châlons.

Sobresaía-se por sua virtude, piedade, trabalho e caridade. Sua humildade era admirável e também sua abnegação. Mas, o que mais chamava atenção era o seu espírito de oração. O Irmão Arnoldo rezava sempre, sem descanso, em todo lugar, em qualquer ofício que fazia. Na capela seu rosto se transfigurava, mantinha uma atitude de constante adoração a Deus, depois da comunhão dava gosto de vê-lo em seu recolhimento.

Em julho de 1870 estourou a guerra franco-alemã. A França se viu invadida pelos exércitos prussianos. Thionville estava ameaçada de ser bombardeada. Em 13 de agosto os noviços tiveram que sair apressadamente para Reims e refugiar-se na casa dos Irmãos. O Irmão Arnoldo acolheu com o maior afeto aqueles jovens.

Em 15 de agosto, o Irmão Felipe, Superior Geral, pôs à disposição do Ministro da Guerra todas as casas dos Irmãos para ser utilizadas como hospitais. No colégio da Rua Venécia hasteou-se de imediato a bandeira da Cruz Vermelha. Os pátios encheram-se de ambulâncias; as salas e dormitórios, de enfermos. Em 25 de agosto havia 183 feridos alojados na casa. E Irmão Arnoldo multiplicava suas atividades: vendava as feridas seguindo as indicações dos médicos, administrativa remédios aos pacientes, dava comida àqueles que não se locomoviam, limpava a quantos o requeriam... estava ao serviço de todos, médicos, enfermeiros e enfermos. Também preparava os enfermos para receber os sacramentos, rezava com eles, lhes sugeria bons momentos.

Em 4 de setembro entraram em Reims as tropas inimigas. 80.000 prussianos se apoderaram da cidade, e também do colégio-hospital. Os enfermos franceses tiveram de ser evacuados. Aos poucos, eram substituídos pelos feridos alemães, e os Irmãos atenderam a esses com a mesma caridade que tiveram com os franceses. Cuidaram de mais 1.500 feridos, sendo 300 deles franceses.

Em todo esse tempo, os oficiais e os médicos observaram os magníficos serviços do Irmão Arnoldo e pediram para ele uma medalha da Cruz Vermelha, que lhe foi concedida, apesar de sua oposição.

O colégio da Rua Venécia foi considerado, naquela época, como o melhor da região de Reims. Por este motivo, criaram-se várias seções de estudos e o Irmão Arnoldo se encarregou da seção de Agricultura. Ele era um modelo de trabalho e esforço. Com sua virtude e paciência tinha forças para suportar os alunos mais irrequietos. Seu ensino não cansava a ninguém. Colocava em suas palavras tal convicção que contagiava. Até os alunos mais indiferentes o escutavam com atenção. Também ficou encarregado da classe dos "Voluntários". E tinha total responsabilidade por ela.

Havia naqueles anos, no internato de Reims, um aluno pequeno e delicado, que andava com dificuldade porque tinha um pé deformado. Chamava-se Paulo Hanrot (Paul Hanrot) e era filho de um acomodado negociante de Reims. Mas, se sua saúde não era boa, sua inteligência era brilhante. De caráter reflexivo, apaixonado por livros. Ele chegou a ser Irmão das Escolas Cristãs, com o nome de Irmão Paulo José (Paul-Joseph). Sempre professou veneração pelo Irmão Arnoldo. Ele foi brilhante professor de literatura em Reims e, a cada mês dirigia-se a Thillois para pedir conselhos ao Irmão Arnoldo.

O Irmão acabava de completar 33 anos, e há nove anos tinha ingressado no Instituto dos Irmãos. Em 6 de setembro de 1871, emitiu sua profissão perpétua.

O colégio de Reims possuía uma pequena propriedade a 6 Km de Thillois. Era uma casa velha, rodeada de árvores centenárias. Já vimos que em 1870 os noviços tiveram que desalojar o Noviciado de Beuaregard. Instalaram-se em Thillois. E, em 1873, Irmão Arnoldo substituiu o Irmão Diretor do Noviciado por uns dias e todos os noviços ficaram encantados com ele. E, logo o Irmão Superior Geral o nomeia Diretor do Noviciado de Thillois.

Em 16 de novembro de 1877 chega a Thillois, acompanhado do Irmão Provincial Eutímio (Frère Euthyme).

Irmão Arnoldo era feliz com a nova função, pois deixava a vida trepidante e podia dedicar-se mais e com maior tranqüilidade aos assuntos do espírito e ao encontro com Deus. Tinha como auxiliar o Irmão Arésio e mais dois Irmãos para os assuntos gerais da casa.

Havia uns 30 jovens na casa, entre Postulantes e Noviços. Em Thillois, o Irmão Arnoldo ajudou a muitos jovens a seguirem os caminhos da virtude, na vida religiosa. Mas chegou a achar-se incapaz de dirigir bem aquelas almas que lhe eram confiadas. Aceitou por obediência e se entregou às obrigações de Diretor do Noviciado. Ele ensinou a muitos a ser verdadeiros Irmãos; a cumprir seus compromissos de obediência, castidade e pobreza; a responder às obrigações da vida ordinária: abnegações, relações comunitárias, exercícios de piedade, caridade fraterna.... Era, para Postulantes e Noviços, uma mãe, professando a cada um profundo afeto. Ele esforçava-se por alegrar seus jovens, gostava de vê-los sorridentes e felizes, provando que se é feliz seguindo o Senhor. Combatia sem trégua as tristezas dos Noviços. Acompanhava-os sempre. Orava sempre por eles.

"O bom Irmão Arnoldo". Todos lhe chamavam assim desde que ingressou na vida religiosa, em 1862.

Em 1877 foi nomeado Diretor e assim se dilatava seu coração a todos os que lhe confiavam obediência. Sua bondade não o impedia de mostrar-se firme em certas ocasiões, com algumas pessoas desleais. Somente com persuasão e carinho queria guiar as pessoas.

Era sensível a toda a natureza e a toda obra maravilhosa do Criador. Ensinava aos outros, como professor de agricultura, a admirar a natureza... falava com entusiasmo do mundo e de sua beleza, reflexo de Deus.

Entre os formados do Irmão Arnoldo houve um que se sobressaiu, porque com o tempo chegaria às altas responsabilidade do Governo do Instituto. Foi o Irmão Arèse-Casimir, que ingressou no Noviciado em 1879. Foi Vigário Geral do Instituo de 1940 até 1946.

A cada dia o Irmão Arnoldo dava aos Noviços uma conferência sobre temas espirituais. Começava com uma oração, e ao iniciar sua exposição frequentemente se emocionava com o amor de Deus.

O senhor Rèche, pai de nosso Irmão Arnoldo, não foi rico. Mas, deixou a Jules outra riqueza imensa: um amor sincero e filial à Virgem Santíssima. E, nas festas de Maria, seu zelo se multiplicava. Exercitava seus noviços ao amor da Virgem com todas as suas forças.

Para o Irmão Arnoldo o verdadeiro Diretor do Noviciado era Cristo. Ele se considerava seu ajudante. Sua vida girava em torno de Jesus, especialmente no Sacramento do Altar. Seu encontro com o Senhor, na Eucaristia, era comovente... enchia-se de recolhimento, de piedade, de amor. Alegrava-se e aproveitava bem as suas visitas a Jesus no sacrário. Antes de dar a conferência aos noviços entrava na capela para falar com Deus sobre o tema. Sua maior alegria era a Comunhão. Incrementou sempre este desejo ao largo da vida. Era uma alma eucarística e mariana. Seus exemplos de humildade são numerosos.

Irmão Arnoldo rezava muito e se colocava em duras penitências por seus noviços, mas ocultava todas.

Efetivamente, por suas mãos passaram centenas de jovens noviços que chegaram a ser fervorosos religiosos. E, também, muitos iam a Thillois para consultar o santo homem de Deus e fazer alguns exercícios espirituais: Diretores e até Superiores Provinciais.

O Irmão Provincial de Reims o recomendou para dar conferências nas Comunidades mais importantes, várias vezes, durante o ano. Sua fama sobrepassou os limites do Distrito. O Superior Geral do Instituto lhe encomendou a direção dos Exercícios Espirituais, de férias, de 20 e 30 dias, destinados aos Irmãos de 20 a 28 anos de toda a França.

E, durante esses Retiros se repetiam seus atos de caridade, sua benevolência com todos e também suas mortificações e penitências, para atrair as bênçãos de Deus aos exercitantes.

Em 1883 morreu o Irmão Eutímio, Provincial. Durante um mês o Irmão Arnoldo teve que assumir as funções de Superior Provincial.

O Distrito de Reims necessitava de uma casa maior para a formação, para os distintos grupos: aspirantes, postulantes, noviços e escolásticos. Assim, construiu-se uma nova residência ( Casa do Sagrado Coração ) para esta finalidade no bairro de Courlancy, em Reims. Podia abrigar cerca de 200 pessoas.

No dia 10 de junho de 1885, o Irmão Arnoldo com seus 31 noviços se instalaram nesta nova casa. E, em 16 de julho, ela foi inaugurada oficialmente pelo Irmão Superior Geral, Irmão José. Nesta casa, o Irmão Arnoldo seguiu à frente do Noviciado por cinco anos. Também, nesta residência, chegou-se a ter uma parte para abrigar Irmãos anciãos e enfermos. Mas, predominava a juventude.

O ano de 1888 foi de imensa alegria para os Irmãos e para os alunos das escolas. Em 19 de fevereiro o Papa Leão XIII beatificou em Roma o fundador dos Irmãos das Escolas Cristãs, João Batista de La Salle. Com este motivo se celebravam em todo o mundo lassaliano esplêndidas festas.

Em Reims, a cidade natal do novo Beato, e lugar onde residia o Irmão Arnoldo, se celebrou de maneira especial, e toda a cidade se somou aos atos da catedral. E Irmão Arnoldo se sentiu feliz em participar do gozo de seu pai e fundador. Recebeu do Irmão Superior Geral uma relíquia do nosso bem-aventurado pai.

Quando terminaram as solenidades em honra do Beato João Batista de La Salle, provas se abateram sobre o Irmão Arnoldo. Efetivamente, sua saúde se ressentiu muito e notava um cansaço especial, também uma tosse persistente que terminou em pleurisia e em total esgotamento. Mas, apesar das moléstias, Irmão Arnoldo se mostrava sempre sorridente. Todos rezavam por sua melhora e, quando se levantou desses males, em 1889, todos se alegraram.

Algumas semanas depois, em plena convalescença, se reintegrou ao noviciado. Era ainda mais doce, mais paternal que antes. Mas lhe proibiam as penitências que habitualmente se impunha. Aceitou as decisões por obediência e seguiu submisso as orientações do doutor e do enfermeiro.

No mês de agosto de 1889 já havia recobrado certo vigor e aceitou dirigir o Retiro de 30 dias no verão. Quando terminou, estava esgotado e se havia reproduzido e agravado a pleurisia.

Chegou março de 1890. O Irmão Henrique havia substituído o Irmão Arnoldo, mas ele foi nomeado Diretor da Comunidade da Sagrada Família, na mesma casa onde agrupava os Irmãos de idade e enfermos. Seu trato caridoso e bondoso havia conquistado todos os corações. Desde então, os enfermos foram seus prediletos. Quando alguém chegava ao final de sua vida, ele se colocava ao seu lado e o ajudava, com suas orações e cuidados, a preparar-se para o definitivo encontro com Deus. Preparava-os para receber os últimos sacramentos e os acompanhava até o último momento.

Em 1890 havia em Coulancy um Irmão apaixonado por fotografia e sentiu-se imensamente feliz por retratar o Irmão Arnoldo. Graças a este fotógrafo temos hoje o verdadeiro semblante de nosso Irmão Arnoldo.

Ao ser nomeado Diretor da Casa do Sagrado Coração, assumiu as funções de Diretor Geral. Com freqüência estava na escola de Santa Ana, muito próxima, que acolhia meninos pobres. Muitas vezes levava para eles roupas ou calçados e, de vez em quando, levava alguns caramelos ou balas. E, junto com isso, vinham sempre palavras sobre Jesus. Convidava-os a amá-LO e rezar com piedade. Adorava os meninos mais necessitados e sentia-se feliz por ajudá-los.

O Irmão Arnoldo pronunciou durante sua vida muitíssimas conferências. Diariamente dava uma a seus noviços e outras quarenta ou sessenta, preparadas para os Exercícios Espirituais de vinte ou de trinta dias nos verões.

Os temas preferidos eram: vida religiosa segundo João Batista de La Salle, as Virtudes, a Sagrada Escritura, os grandes autores de espiritualidade, etc.

Seu modo de expressão era suave, seus esquemas eram claros e metódicos, com divisões práticas. Tinha um excelente apoio em sua memória e meditava bom tempo antes de expor o tema. Sua voz era clara, variada segundo o tom e a circunstância. Conhecia todos os temas de meditação sem servir-se de livro algum.

Sua saúde, com o tempo, não melhorava e o Irmão Provincial o enviou a Mont-Dore para receber um tratamento, mas não lhe surtiu efeito algum.

O dia 23 de outubro de 1890 foi o último dia de vida para o Irmão Arnoldo. O encontro definitivo com Deus se consumava. No dia 25 de outubro se celebraram os solenes funerais na Casa do Sagrado Coração.

O Papa João Paulo II o beatificou em 1º de novembro de 1987. Sua memória celebra-se a 23 de outubro.

 

 

ROBY, A - Frère Arnould - Une Vie Donnée aux Jeunes - Reims. 1967. 36pp.

LANDE, André de - Hermano Arnoldo - EL Amigo de los Jóvenes - 120pp.

LASSALIANA, número especial de 1992, La Santidad signo de vida, Roma, 1992.