Padre Cícero


Líder religioso e político cearense. Uma das personalidades religiosas mais veneradas do país, seu túmulo é visitado por milhares de fiéis todos os anos.


Cícero Romão Batista (23/3/1844 - 20/7/1934) nasce na cidade do Crato. Ordena-se sacerdote em 1870 e muda-se mais tarde para o arraial de Juazeiro do Norte. Já ganha fama como padre milagreiro a partir de 1886, quando surge a lenda de que uma hóstia por ele consagrada sangrara na boca de uma fiel. Em 1892 passa a sofrer pressões e a ser cerceado pelas autoridades católicas. É chamado pelo Santo Ofício, e, em 1897, as autoridades do Vaticano o proíbem de exercer o sacerdócio, sob a acusação de mistificação e heresia. Regressa ao Brasil, mas viaja novamente a Roma no ano seguinte e consegue ser absolvido pelo papa Leão XIII, porém continua proibido de oficiar missas. De volta a Juazeiro do Norte em 1898, passa a abençoar as multidões de fiéis que o procuram e entra para a política. Torna-se prefeito da cidade nos 15 anos seguintes. Elege-se vice-presidente do estado e, posteriormente, deputado federal, mas decide não assumir os cargos. Perde parte do prestígio ao unir-se a jagunços para depor o governador do Ceará, entre 1913 e 1914. Mesmo assim, a população local continua a considerá-lo santo. As romarias ao túmulo e à estátua do "Padim Ciço", como passa a ser chamado em Juazeiro do Norte, onde morre, atraem até hoje multidões de todo o país, especialmente do Nordeste.