ENTENDO A LEI  DO CARMA 

 Somos responsáveis por tudo que fizemos e viermos a fazer, mesmo que nos arrependamos de tais atos.

 A palavra Carma tem sua origem na raiz sânscrita “kri”, que significa, literalmente, ação, ato. Sabe-se que toda ação provoca uma reação esta, por sua vez, condiciona ou impulsiona um novo e determinado tipo de ação, o qual provoca nova reação, sucessivamente. Somos o produto do nosso passado. Tudo o que temos ou não temos, tudo o que sofremos, que sabemos e não sabemos, é resultado de nossas ações anteriores. Isso não significa que o nosso destino esteja traçado deterministicamente. Temos duas liberdades: a primeira consiste na forma com que aceitamos os resultados de nossas ações anteriores e, a Segunda, a liberdade que temos para nortear nossas ações presentes, de tal forma que provoquem reações mais suaves no futuro.

O fenômeno cármico pode ser comparado a imagem de um menino atirando pedras no espaço. A força com que uma pedra é atirada, o seu tamanho e a sua direção dependem da vontade, ou seja, do livre- arbítrio de quem atira. A trajetória desta pedra no espaço depende do meio ambiente que atravessa e da lei da gravidade. Todo ser é livre para atirar uma pedra do tamanho, da forma e na direção que quiser. Aí cessa sua intervenção no fenômeno. A trajetória dessa pedra, a partir do momento que ele sai da sua mão, no entanto, já não lhe pertence e segue leis que fogem ao seu controle imediato. Mas as conseqüências que ela provoca em seu caminho são de inteira responsabilidade de quem atirou.

Podemos, em determinado momento de nossa existência, desistir de atirar pedras ou aprender atirá-las de forma útil e correta. Essa atitude não nos livrará das conseqüências  das ações anteriores, porém será uma capitalização que renderá bons dividendos no futuro. Num exemplo, vamos supor que entremos na posse de um terreno abandonado e nele queiramos plantar um pomar. Inicialmente, teríamos que limpá-lo gradativamente, para plantar nos lugares certos e da forma correta árvores frutíferas. Se plantarmos uma por dia, no fim de um ano teremos 365 árvores, que ainda não produzem frutos. A um observador desavisado, que olhasse o terreno ao fim deste ano de plantio, nada ou pouca coisa teria mudado. Mas se continuarmos nosso trabalho mais outro ano, outro século, outro milênio ou por quanto tempo queiramos, dia virá em que todo terreno se transformará em útil pomar, resultado de um trabalho diário, constante, contínuo, pouco espetacular mas singularmente eficiente.