Druso ou Alauitas Poucas vezes se usa
esta palavra. Tem, porém, má sina: poucas vezes é corretamente escrita.
«Até ao lançamento de rockets pelo Hezbollah, nos dias 13 e 16
deste mês, a cidade era considerada um centro de coexistência pacífica
entre judeus, árabes, bahá’is e druzos» («Haifa, a cidade
mais tolerante», J. H., Público, 17.07.2006, p. 3). Agora que,
infelizmente, os meios de comunicação social vão ter de usar a palavra com
mais freqüência, vejam lá se acertam na grafia: druso. Não sei donde possa
vir o erro, pois em
espanhol, por exemplo, também se escreve com s, assim
como em italiano (origem, aliás, do vocábulo espanhol), em catalão, em
francês e em inglês. Drusos são uma das muitas sub-seitas dos Ismailitas Assassinos, tal como os Alauitas. Uns e outros concentram-se agora sobretudo na Síria e no Líbano. A crença dos drusos já tem muito pouco a ver com o Islão, embora eles ainda sejam catalogados como "muçulmanos". Esta seita foi criada em 1021 no Cairo quando um grupo de ismailitas declarou o "imã" fatimida al-Hakim como sendo a reencarnação de Ali, o primeiro "imã" xiita. Foram expulsos do Cairo para a Síria pela maioria dos Ismailitas que os consideraram hereges. O primeiro líder druso, al-Dazari, foi um turco. No início do século XIII, os drusos passaram a aceitar apenas os descendentes diretos dos fiéis originais, tornando-se assim uma tribo e um grupo religioso secretos. Aceitam uma parte do Corão, adaptaram a crença judaica de que o seu Deus é exclusivo deles e aceitam a doutrina da reencarnação de Jesus. Os Alauitas, por seu turno, apareceram no século XIII como um grupo dissidente da ala síria dos Assassinos (os Ismailitas Nizariyah). Constituem hoje 10 por cento da Síria mas são a classe política dominante. As suas origens estão envoltas em lenda e mistério. É uma seita que se identifica abertamente com alguns aspectos da teologia cristã, ao ponto de celebrarem a Páscoa, mas seguem igualmente as tradições dos xiitas iranianos.
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