CONTINENTES DESAPARECIDOS

O inquietante mistério de Lemúria e Mu, considerados por muitos como o Paraíso, o Éden perdido.

     Os continentes perdidos de Lemúria e Mu, se existiram, eram maiores do que a famosa Atlântida e inspiraram também o mesmo volume de especulações de que a terra desaparecida. A noção de Lemúria surgiu primeiro a cientistas da metade do século 19, quando o grande entusiasmo pelos novos métodos de classificação e análise biológica eclodiu, para revelar algumas coincidências estranhas.
     Descobriu-se que a vida de animais e plantas , e até a geologia, em continentes separados por milhares de quilômetros de água , apresentavam espetacular similaridade.
     P. S. Sclater, o zoólogo e membro da Real Sociedade Inglesa, foi o primeiro a dar nome a Lemúria, apresentando o problema da seguinte forma:
     "É tão certo, realmente, que a lei foi descoberta, mostrando que regiões vizinhas produzem e apresentam animais e plantas similares, que o tema desta palestra já é aceito, no geral, pelos naturalistas... e que, se animais e plantas dos dois continentes são desaparecidos, eles devem estar agora, ou ter estado recentemente em conexão geográfica".
     A palavra Lemúria foi tirada do termo lêmure, e que se refere aos que tem habitat limitado com a África, Sul da Índia e Malásia; animais pré-históricos que na Idade Eocena provavelmente habitaram todo o Hemisfério Norte. Assim, a área que Lemúria deve ter ocupado entende-se o arquipélago malásio, através da costa Sul da África até Madagascar.
     Outras semelhanças entre animais e plantas, nos dois lados do Oceano Índico, foram observadas, como, por exemplo, o fato de que, das 35 espécies de fósseis encontrados em Natal (África do Sul), 22 eram de formas idênticas aos descobertos no Sul da Índia.
     No século 19, a existência de Lemúria recebeu avais preciosos: o grande estudioso da evolução, Thomas Huxley admitiu sua crença na existÊncia de um continente Miocênio, no Oceano Índico. Alfred Russel Wallace, o naturalista, dizia que a Lemúria de Sclater era "sem dúvida uma legítima e altamente provável suposição", e Ernest Heackel, o festejado biólogo alemão, concordava.
     Heackel parece ter sido o primeiro a sugerir que Lemúria  deve ter sido "o berço da raça humana, onde muito provavelmente, se desenvolveu de simios os antropóides". Essa especulação ajusta-se às teorias contemporâneas sobre como a humanidade se espalhou por todo o mundo, numa série de migrações. A partir desse ponto, bastou somente um passo para  se firmar que Lemúria foi, de fato, o Éden, o Paraíso.

O PARAÍSO PERDIDO

     Foi no Pacífico que o coronel inglês James Churchard localizou o continente de Mu. Durante uma onda de fome na Índia, no século 19, ele foi designado para supervisionar os socorros. Trabalhou com um sacerdote hindu, de quem se tornou grande amigo. O sacerdote ensinou-lhe uma língua antiga, o naacal, que acreditava ter sido o idioma original da humanidade.
     Com esses conhecimentos, Churchard afirmou ter decifrado uma série de antigas inscrições em pedra, escondidas no templo em que seu amigo lhe ministrava lições. As inscrições revelavam a história de Mu, um continente no Oceano Pacífico, com o centro ligeiramente abaixo do Equador; de Leste a Oeste, media 9.600 quilômetros e, de Norte a Sul, 4.800. Era o histórico Jardim do Éden, onde, há 200 mil anos o homem tinha surgido e construído uma forma de civilização extremamente evoluída. Quando Mu foi destruída, com o cataclisma de uma ação vulcânica, a sua população era de 64 milhões.
     Toda a humanidade descende de Mu. As diferenças raciais advieram dos grupos colonizadores que partiram da pátria-mãe para os diferentes cantos do mundo. Os mais poderosos deles formaram o Império Uigur, cuja capital está hoje enterrada sob o deserto de Gobi. Seus remanescentes deram origem aos arianos de hoje. As fontes do coronel Churchard não eram sempre impecáveis. Não publicou tradução direta das inscrições naacal e, como provas de sua teoria, usou quase todas as inscrições maia, do México, com a intenção de mostrar que esse povo provinha do oeste.
     O coronel Churchard pertencia à Sociedade Teosófica e confessou que o hindu que lhe ensinou o naacal era também seu guru. Os dois se comunicavam pela "telepatia cósmica", e constantemente viajavam pelo tempo, para o passado, para se examinar e ver como tinham sido  na encarnação anterior. Para ele, a "religião original" da humanidade, nasceu de Mu: Jesus, na curz não teria dito "Eli, Eli, Lama sabch-thani", mas "Hele, Hele, lamat zabac ta ni" apontada por muitos estudiosos como a língua maia: para Churchard esse eram o idioma de Mu.