ALQUIMIA
 
"A palavra Alquimia vem do árabe, Al-Khemy, que quer dizer "a química".

Sua origem perde-se no tempo, apenas sabemos que existiram alquimistas na China milenar, bem como na Índia.

Mas para nós ocidentais, o berço da alquimia é o Egito. No começo da era Cristã, na cidade de Alexandria, foi que a alquimia tomou as feições que até hoje conserva.

Denominada entre os adeptos como arte sagrada, ela resiste até nossos dias com pouca ou nenhuma modificação.

A tão falada Pedra Filosofal, capaz de transformas chumbo em ouro, é apenas uma das respostas, e incompleta.

Na verdade, a principal matéria a se transmutar é o próprio alquimista. À medida que se sucedem as etapas que conduzirão o adepto à Pedra Filosofal, o próprio é transformado em sua essência, atingindo um nível de consciência diferente dos demais humanos. Essa auto-transformação é que seria o verdadeiro "elixir da vida eterna", pois ao atingir tal estágio o adepto se liberta das exigências da carne.

No último milênio da história humana, os alquimistas tem gozado de uma consideração toda especial por parte dos estudiosos do oculto. Nomes muito célebres tem sido citados como adeptos ou simpatizantes das teorias alquímicas.

Parece ser da própria tradição da arte alquímica ocultarem-se os segredos através de artifícios de linguagem. Isso teve início na famosa Tábua de Esmeralda, de Hermes Trismegisto, considerado o primeiro alquímico da história.

Para atingir seus objetivos, os alquimistas teriam à sua disposição dois caminhos: a Via Seca e a Via Úmida. Como o próprio nome indica, a Via Seca é um processo através do qual o alquimista realiza seu trabalho em pouco tempo, porém de modo arriscadíssimo. É importante deixar claro que esses métodos, sejam quais forem, são conhecidos apenas pelos adeptos da alquimia.

Embora o processo da Via Úmida seja tão desconhecido quanto o outro, sabe-se que envolve imenso riscos, ocorrendo no máximo uma explosão em caso de fervura da Matéria Prima. Mas e essa Matéria Prima? O que é? O nome sugere que ela seja a base a partir da qual a Pedra Filosofal é obtida.

Mas, por ser um segredo, sua natureza jamais é revelada. Alguns defendem que ela seja o "cinabre", um curioso mineral que combina enxofre e mercúrio (os dois princípios opostos do hermetismo); para outros seria a "galena", o mineral magnético usado nos rádios antigos; para outros ainda a matéria prima seria o raro metal "stibina". Entretanto, a tradição alquímica diz que a matéria prima seria algo tão comum que "as crianças brincam com ela".

Por trás de todos esses mistérios está a idéia fundamental da alquimia: a da transmutação do próprio alquimista. Ao passar por todos os processos que conduzem à Pedra Filosofal, o alquimista transmuta-se igualmente. É como se o processo de transmutação alcançasse e agisse sobre o próprio adepto. É voz corrente entre os alquimistas que é necessário ao sucesso do adepto um conjunto de qualidades morais, sem as quais, seria inútil tentar.

Nunca é demais lembrarmos do que disse Eugene Canseliet, discípulo do famoso Fulcanelli, a respeito de seu mestre. Canseliet recorda que, quando conheceu Fulcanelli ele já era um homem de meia idade. Décadas depois, quando o reencontrou (numa época em que ele já deveria estar morto), Fulcanelli não aparentava mais que trinta anos.

Além disso, seu aspecto era estranho, como se fundisse num único corpo atributos femininos e masculinos. Entre tantos segredos, desvios e símbolos, pouco podemos reter de concreto - o que sem dúvida, colabora para que esses misteriosos alquimistas permaneçam sendo dos mais fascinantes ramos ocultistas que conhecemos.